SEXTA-FEIRA

Bom dia!

Hoje é sexta-feira e eu acordei linda e maravilhosa. Tive até tempo para fazer um pequeno almoço daqueles super saudáveis, que dizem que fazem milagres.

Deliciei-me com um pãozinho multicereais coberto por uma fatia de fiambre de peru light, acompanhado de um iogurte natural com uma camada de fruta fresca grosseiramente triturada e uma outra camada de granola, servido com um sumo de frutas.

Mentira.

Para variar acordei com a carapaça toda amolgada, depois de adiar o despertador 20 vezes enquanto sonhava que era sábado, com o cabelo em modo Jackson Five, olheiras até aos queixos e um mau humor temível que me acompanha desde a segunda-feira passada.

Mal tive tempo para entupir o bandulho com uma fatia de pão duro com manteiga e uma caneca de café com leite.

Nem à sexta-feira a vida é fácil!

METABOLISMO ACELERADO VS CAMIÃO DE ENTULHO

Sai mais um post de natal mas é só porque me lembrei dos dois tipos de pessoas que despertam o pior que há em mim e debilitam o meu espírito natalício.

As que, mesmo sendo natal, mantêm a preocupação com a forma física e conseguem passar por esta avalanche de pecados sem curvar nem um centímetro da linha.

Basicamente fazem um menu o mais light possível e têm a ousadia de disponibilizar aos convidados coisas como bolo-rei de linhaça ou escangalhado de sementes de cenas várias. Até os ovos da lampreia devem vir de uma galinha da central models, com um índice de massa corporal que se mantém sempre no verde.

E as outras que aproveitam ao máximo as delícias da época, comem de tudo em quantidades industriais e não engordam nem meio grama. Depois ainda têm o desplante de nos dizer que é do metabolismo.

Só por ser natal deviam era partilhar um bocado da aceleração do metabolismo com gente como eu que sofre de uma espécie de lesmíce aguda metabólica. Se não fosse natal mandava-as mas é enfiar o metabolismo naquele sítio onde a estrela polar não brilha.

Enquanto isso, no dia 26 eu ainda continuo sentada à mesa a comer restos da consoada, com o aspeto de um camião de entulho e com vergonha de vestir leggins até ao carnaval de 2035.

B*tches.

ARTISTAS DE NATAL

Como os meus amigos vivem o Natal, de acordo com o panorama musical do momento:

Os que são tipo os D.A.M.A, também conhecidos por inseguros, todos os anos dizem sempre 'eu não sei o que é que te hei de dar nem sei inventar prendas bonitas...'

Os que são tipo o AGIR, que adoram o pai natal como se isto fosse o carnaval porque 'ele é lindo, ele é special, ele passa pelas chaminés tipo battle. Quando ele passa ele sabe o que traz...'

Os tipo Diogo Piçarra, que não ligam a prendas, porque o Natal é amor e partilha e o 'meu é teu e o que é meu será teu...'

Os que parecem o Anselmo Ralph, têm a mania que são muita bons e compram grandes prendas e dizem coisas como tas a ver este presente? 'Ele é todo teu, vem buscar...'

Os que, como a Maria leal, não compram nada porque estão depenados, oferecem-se como prenda e, enquanto despem o fato de treino da adidas, balbuciam coisas como estou 'aqui só para ti'!

Os que são como eu e os Àtoa, porque deixam tudo para a última hora e depois lamentam-se e dizem 'vejo as horas a passarem, e é tão simples complicar, se as prendas me faltarem, eu vou ter de improvisar...'

Para além destes só me lembro dos que são como o Panda e oferecem a típica mão cheia de quinquilharia, desde taças e açucareiros, até às panelas de pressão.

Mais algum!?

FERIADOS AO DOMINGO

Nós, as mulheres, conseguimos o incrível feito de achar que tudo tem utilidade.

Tudo nos faz falta, até aquele utensílio de cozinha que não serve para porra nenhuma mas que achamos fofinho, compramos e depois logo vamos ver na net como é que se usa, só que nunca vamos.

Falo por mim. 35 malas dão um jeito do caraças, 50 pares de sapatos também, embora 25 nunca tenham sido usados, e até aquela blusa de malha que acumula borbotos no sovaco um dia pode vir a ser útil.

Mas há uma coisa para a qual eu não consigo achar utilidade nenhuma.

Feriados ao domingo.

Como é que se aproveita um feriado se já é domingo?

Tipo, como se por ser domingo e feriado o dia tivesse 48 horas e a gente conseguisse descansar a dobrar.

Poupem-me 

CÓ-CÓ-RÓ-CÓ-CÓ EM ESPANHOL

Diz-se que os espanhóis é que souberam aproveitar bem os fundos comunitários, mas isso a mim não me diz nada porque eles continuam uns trambolhos a falar línguas estrangeiras.

É uma vergonha não entenderem sequer o português que é tão parecido, só espero que aproveitem o próximo dinheirinho da europa para investir nisso.

Por causa dessa dificuldade, eu que estou ao nível do Jorge Jesus na fluência em espanhol, cada vez que os visito é um desassossego.

Para mim falar espanhol é como falar alentejano só que com os is no meio das palavras. Se sete em alentejano se diz seti, em espanhol deve ser siete.

Ontem só queria comer uma sandes de frango. Pedi uma siandes de galinhia e perante um 'não te entiendo', reformulei a frase e lá abanei os braços enquanto pedi num tom mais alto uma siandes de có-ró-có-có para comier.

Ele respondeu pollo, e foi às secas.

Ainda estou a tentar pedir um ice tea.

FRIO SÓ ONDE FAZ FALTA

Nunca percebi muito bem para que é que uma pessoa no Algarve precisa do frio. Não acho jeito nenhum viver ao pé da praia e não estar tempo sequer para molhar o dedinho do pé na água do mar.

Já que é para sentir frio, que seja nos sítios onde faz sentido fazer frio. Tipo, onde há neve. Onde há neve faz sentido fazer frio. Mas tem que ser daquela à séria e não da que se compra em spray nos chineses que depois usamos e não arrefece nada.

Por isso, aproveitei o privilégio que é morar no Algarve e poder ir de Faro à Serra Nevada mais depressa do que a malta da capital contorna as estradas em obras em hora de ponta e vim ver a neve.

Fico feliz por vos contar que às vezes também largo o sofá.

Agora fico-me por aqui porque tenho que ir por os calcantes de molho em água quente que tou cheia de frieiras.

De resto, acho que vou levar uma semana a falar da neve só para que sintam inveja como deve de ser.

Beijinhos.

Deixo a foto que me favorece mais!

JANTAR DE NATAL

Ontem foi o jantar de Natal do trabalho. 

É sempre giro.

Dançámos, bebemos, enchemos o bucho, bebemos, confraternizámos, bebemos e dançámos mais um bocadinho enquanto bebemos.

Descobrimos aquele colega que esconde um talento artístico fantástico, ao nível de bailarino profissional.

Descobrimos que existem colegas que nunca tínhamos visto e que só vamos voltar a ver no natal do ano que vem.

Descobrimos um animador cheio de boa disposição em cada um de nós. Um que gosta de abraços, um que prefere cerveja e o outro que só quer parar de dançar quando já não houver vida na terra.

E hoje descobri que já não vou para nova e tenho aqui pelo menos três ossinhos que desconhecia até hoje de manhã. Devem ter crescido com a idade.

Socorro.